domingo, 24 de outubro de 2010

Por que mudar é tão doloroso?

Estamos todos, por mais resolutamente revolucionárias que sejam nossas disposições subjetivas, vulneráveis a impregnações conservadoras sutis. Temos medo de assumir todos os riscos inerentes à autotransformação.
Como poderíamos alterar tranqüilamente as bases da construção teórica que faz de nós aquilo que somos? A palavra "alterar"  vem do latim alter, o outro. Quem empreende um ajuste de contas com suas convicções e decide alterar seus conceitos corre o risco de virar outro, de perder sua identidade.
É compreensível que a mudança nos assuste.
Mudar é correr o risco de morrer.

Leandro Konder

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

Freixo fala de "Tropa"



Declaração do deputado estadual Marcelo Freixo sobre o filme "Tropa de Elite 2" e sobre o personagem que foi inspirado nele.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

Lacunas

Eu sou os lugares aonde irei
As músicas que ainda hei de ouvir
Os filmes que assistirei
E os livros que ainda não li.

Manoel de Barros


A maior riqueza do homem é sua incompletude.
Nesse ponto sou abastado.
Palavras que me aceitam como sou - eu não aceito.
Não aguento ser apenas um sujeito que abre
portas, que puxa válvulas, que olha o relógio, que
compra pão às 6 da tarde, que vai lá fora,
que aponta lápis, que vê a uva etc. etc.
Perdoai.
Mas eu preciso ser Outros.
Eu penso renovar o homem usando borboletas.

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Tem mais presença em mim o que me falta.

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A poesia de Manoel de Barros dispensa comentários.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Pagu



Em homenagem a todas as grandes mulheres que conheço, que fazem do nosso gênero o sexo forte, sem perderem a delicadeza.

Marcelo Freixo - um herói contemporâneo

http://books.google.com.br/books?id=-WEEAAAAMBAJ&pg=PT69&dq=o+aval+da+onu+para+entrar+na+guerra+e+negociar+a+paz&hl=pt-BR&ei=cb60TO2kE4T48AaDxbnoCw&sa=X&oi=book_result&ct=book-thumbnail&resnum=1&ved=0CC4Q6wEwAA#v=onepage&q=o%20aval%20da%20onu%20para%20entrar%20na%20guerra%20e%20negociar%20a%20paz&f=false

Se alguém ainda tem dúvidas sobre os motivos pra esse cara ser considerado um herói, é só ler essa entrevista, concedida há 8 anos.
Freixo acaba de ser reeleito para seu 2º mandato, como deputado estadual do Rio. O 2º mais votado do estado.

Festa da Vitória



A consciência da boa política, enfim, renasce nos corações e mentes fluminenes.

Eu preciso dizer que te amo... Cazuza & Bebel



Esse DNA Buarque de Hollanda é poderoso!!

Roberta Sá e Chico Buarque - Mambembe



Adoro isso!! Não me canso de ouvir...

segunda-feira, 11 de outubro de 2010

Pequena Miss Sunshine

Divido um trecho de texto escrito pela querida amiga Lucia Cordeiro, se referindo ao filme "Pequena Miss Sunshine". Pôr essas palavras em prática deve ser um exercício diário. Como dizia Benjamin Disraeli: "A vida é muito curta para ser pequena".

"A Felicidade não é para os covardes.
Ela está na coragem de reinventar momentos, de correr riscos e foge do paradigma estabelecido pelo senso comum porque é muito particular.
E não se prende à possibilidade de perpetuação desse estado.
Se puderes ser feliz durante 30 minutos ou 30 dias, mesmo correndo riscos, tenha coragem suficiente para fazê-lo porque a felicidade não tem prazo, tem intensidade.
Mesmo que contrarie o grupo ao qual estejas ligado, e que provoque reações negativas no mesmo.
Lembre-se: o grupo não suporta dissidentes. Ele inveja a coragem e aposta no fracasso."

http://nasesquinasdafarme.blogspot.com/

Kamchatka



Minha história com este filme é engraçada. Entrei na Casa França Brasil para asistir "O Homem que Copiava". Ao sentar na poltrona da sala de exibição, percebi que os atores falavam espanhol. Levantei e perguntei à bilheteira se não exibiriam o filme de Jorge Furtado naquela sessão. A mulher me respondeu que o filme brasileiro tinha saído de cartaz no dia anterior.
Já que estava lá, terminei de assitir o filme. Foi, para minha surpresa, um dos mais belos filmes que assisti na vida. Era de nacionalidade argentina e se chamava Kamchatka, dirigido por Marcelo Pinheiro.
Deixo uma pequena amostra...

Tropa de Elite 2

Ainda sob o impacto de “Tropa de Elite 2”, lembrei-me de um dado interessante que li em algum lugar há alguns anos. O texto afirmava que algumas favelas da zona sul da cidade do Rio de Janeiro apresentavam IDH equivalente ao de regiões miseráveis da África. Enquanto em bairros como o Leblon, por exemplo, o IDH equivalia ao de países europeus. Esse abismo social é uma forma cruel de violência. Esta é a matriz para todas as outras variações da violência que vemos retratadas no filme.
O Rio de Janeiro é a cidade dos paradoxos. Na introdução de “Vigiar e Punir”, de Michel Foucault, há uma detalhada descrição de uma sessão de tortura ocorrida na Idade Média. Como não fazer uma analogia com o que acontece no Rio? No filme, a cena de violência contra a jornalista nos aproxima das cruéis torturas medievais. Apesar da distância temporal e geográfica, é como se a sociedade tivesse permanecido estática por meio milênio. A barbárie da Europa medieval está presente no cotidiano carioca, em pleno século XXI. Realidade perversa e anacrônica.
Por estes motivos, “Tropa de Elite 2” pode ser considerada uma obra ficcional, sim, mas que retrata a dura e triste realidade semi-invisível que está ao nosso lado e não vemos, ou fingimos não ver, por comodidade. Sua corajosa crítica social é fundamental pra nos sacudir e dizer: “tudo isso está acontecendo debaixo dos seus olhos! Acorde!”.