Não creias nos meus retratos,
nenhum deles me revela,
ai, não me julgues assim!
Minha cara verdadeira
fugiu às penas do corpo,
ficou isenta da vida.
Toda minha faceirice
e minha vaidade toda
estão na sonora face;
naquela que não foi vista
e que paira, levitando,
em meio a um mundo de cegos.
Os meus retratos são vários
e neles não terás nunca
o meu rosto de poesia.
Não olhes os meus retratos,
nem me suponhas em mim.
Gilka Machado
sexta-feira, 14 de janeiro de 2011
domingo, 9 de janeiro de 2011
Raridade de Chico em áudio
À época, o espetáculo foi um sucesso absoluto, permaneceu por meses em cartaz na boate Arpège, no Leme (zona sul do Rio), com apresentações de terça a domingo.
Agora, pode vir a público em um programa cuja produção está sendo encaminhada pelo Canal Brasil, que terá como eixo uma fita descoberta pelo músico Felipe Radicetti, em 2005, com o áudio de um dos shows na íntegra.
Desde meados da década de 70, a fita esteve sob a guarda de Radicetti. Ela lhe foi confiada pelo músico Renê Faria Terra, que, por sua vez, a tinha recebido das mãos do técnico de som da boate. Em 2005, enquanto digitalizava o seu acervo, Radicetti redescobriu a fita e fez cópias para entregar aos músicos que estavam no show.
Recentemente, Radicetti mostrou o material a Paulo Mendonça, diretor do Canal Brasil, que teve a idéia de promover o reencontro dos principais personagens ainda vivos do espetáculo em um programa a ser produzido pela emissora, com direção de Antônio Carlos da Fontoura.
Mendonça espera que as gravações sejam realizadas até o final deste ano, mas a realização do programa ainda depende de negociações com os envolvidos e do retorno de Chico ao Brasil, atualmente, ele está em Paris trabalhando em seu próximo livro.
http://www1.folha.uol.com.br/fsp/ilustrad/fq0808200825.htm
Agradeço ao amigo Marcelo, que me enviou essa preciosidade!
quarta-feira, 5 de janeiro de 2011
Tempo
Quem teve a idéia de cortar o tempo em fatias, a que se deu o nome de ano, foi um indivíduo genial.
Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão.
Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos.
Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número
e outra vontade de acreditar que daqui por diante vai ser diferente.
Carlos Drummond de Andrade
Industrializou a esperança, fazendo-a funcionar no limite da exaustão.
Doze meses dão para qualquer ser humano se cansar e entregar os pontos.
Aí entra o milagre da renovação e tudo começa outra vez, com outro número
e outra vontade de acreditar que daqui por diante vai ser diferente.
Carlos Drummond de Andrade
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