segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Memória

Procuro despir-me do que aprendi.
Procuro esquecer-me do modo de lembrar que me ensinaram,
e raspar a tinta com que me pintaram os sentidos,
desencaixotar minhas emoções verdadeiras,
desembrulhar-me e ser eu, não Alberto Caeiro,
mas um animal humano que a natureza produziu.
Isso exige um estudo profundo,
uma aprendizagem de desaprender...

Alberto Caeiro

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